sábado, 26 de setembro de 2009

recomendações de sábado.

final de semana cheio.
cheio de papéis em cima da escrivaninha, a cama cheia de livros, a cabeça cheia de idéias, a alma cheia de música. é, eu não poderia estar tão engajada em algum projeto se não tivesse nenhuma trilha sonora fazendo cocégas na minha alma, me ajudando nessa caminhada tão extensa.
a recomendação de hoje vai para Comadre Fulozinha.
dispensa comentários pra quem quiser ouvir:





música brasileira de ótima qualidade. está me mantendo longe de pensamentos ruins, está me deixando de alma colorida e de quebra me oferece um sossego desses que não se encontra nos sábados a noite, enquanto o inferno está quente e cheio de boas intenções.
vou até aproveitar a maciez do pijama, as meias estampadas, os lençóis perfumados, o quarto arejado e ir dormir cedo.

*(depois de algumas mudanças na vida, estou me afastando temporariamente (?) dos inferninhos, das noites insones, do vermelho dos risos cortantes, das auto sabotagens . se é fase, só Deus sabe mas que essa quietude de alma está me fazendo um bem, ah isso está!)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

só o vento explica. ou não.







eu falo e não digo nada.
há dias eu não paro de pensar.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

achados na gaveta - parte I - o vício.

Depois do ranger da porta denunciando a saída dele, não mais que silenciosa e indiferente – ela sentada, de cabeça baixa na poltrona, resolveu que ia mudar. Não queria mais ser aquela portadora de sentimentos pesados, acorrentados aos seus pés. Decidiu abrir mão de si para tentar ser outra, aproveitando o pouco de coragem que lhe aparecia timidamente. Começou arrancando todas as lágrimas, uma a uma. Por mais que doesse ou arrancasse sangue dos olhos, ela estava decidida a deixar sua alma seca, disposta a pagar o preço que isso exigia. E isso exigia muita dor. Mas como teimosa que era, estava ali para dar a cara à tapa, ou os olhos as lágrimas. E foi arrancando uma a uma, pacientemente, como quem não tem pressa para olhar o horizonte com os mesmos olhos e não com os mesmos sonhos.

O rímel negro havia manchado toda a pele e teve a necessidade de arrancar toda aquela máscara negra e toda aquela armadura de seu corpo. Então, despiu-se e no lugar da armadura, resolveu cobrir-se de arame farpado. Assim, quando ele voltasse, ela estaria esperando-o de braços abertos, sedentos para um afago traidor. Ele louco para abraçar o seu corpo, encontraria uma surpresa levemente agradável. E eterna como uma cicatriz profunda.

Ao se vestir com o cinza das farpas traiçoeiras, resolveu abortar muito dos planos do futuro. Procurou algum objeto que tivesse uma ponta lancinante. Encontrou apenas uma dessas agulhas de tricô, as mesmas que bordam roupas para quem chega a vida repleto de sonhos. Resolveu não pensar muito e com suas próprias mãos foi perfurando cada esperança contida em cada sonho. Ela sentia a dor latejando, mas isso, em questão de minutos desapareceria e daria lugar a uma terna sensação de anestesiamento. Então abortou sonho por sonho e depois de ficar livre do peso do que não era mais necessário, resolveu sair na noite para perder a moral de copo em copo ou de cama em cama.

Penteou os cabelos, passou o batom vermelho, colocou seus pés delicados em suas botas de combate e saiu como quem deixa a convento para deitar-se em lençóis sujos com restos humanos. Saiu com o olhar mais negro do que nunca. Ainda eram os mesmos olhos negros, mas agora eram também os mais vazios. Andou pela noite, tentando se fazer a mulher mais sedutora, porém havia algo errado. Os rapazes fugiam dela, a cada toque, a cada carinho, a cada beijo e a cada abraço.

Aquilo a irritava. Aquele desprezo lhe causava revolta. Será que não teria experimentado todo desprezo do mundo e como se não lhe bastasse agora lhe ignoravam mais ainda? Será que necessitava de mais desprezo? Será que não tivera o bastante? Antes de querer chorar entre os transeuntes anônimos, resolveu voltar para sua casa.

Na volta, com a madrugada reinando entre os becos e os bêbados da cidade, andando sem pressa, ela parou para se olhar no vidro daquela loja de beleza fútil. Ao parar e olhar para dentro do reflexo de seus próprios olhos o vidro estilhaçou-se em mil pedaços, transformando-se em espelhos caídos pela calçada, que ela pisava com os pés descalços.

Com as botas de combate nas mãos, foi pisando nos pequenos cacos e então viu seu reflexo. Chorou. Ela tinha se transformado naquilo que mais crucificara. Tinha se transformado em quem mais odiava amando desesperadamente. Sentiu o arame farpado que vestia apertando sua carne, espelhando um rastro de sangue por onde passava. Entendeu o porquê dos rapazes fugirem de seu toque e de seus beijos. Eles fugiam, pois no primeiro ato de carinho eram friamente golpeados, perdendo sangue e toda aquela vitalidade que os jovens têm.

Os estilhaços no chão, o sangue deixando rastros no caminho e o reflexo da penúria. Ela não agüentou o que viu, não agüentou ser o que mais odiava. Angustiada, saiu correndo sobre os cacos, procurando alguma forma de se livrar do que havia se tornado. Enquanto corria, foi arrancando as farpas do arame que envolvia seu corpo. Isso exigia dela uma força desmedida, arrancar farpa por farpa deixava cicatrizes ferrenhas naquele corpo tão jovem. Mas não havia outro caminho. Ela precisava arrancar aquilo, como os desesperados precisam de um milagre para continuar a viver.

Ao fim da madrugada, com os primeiros raios solares materializando-se em cantos de pássaros, ela sentia seu corpo em carne viva – mas livre de armaduras, farpas, medos e incertezas. Era mais uma semana que começava ali e ela precisava seguir, mesmo com a ausência colossal de quem tanto amava. Levantou da banheira de sangue e de lágrimas, com o corpo todo doído e se olhou no espelho. Apesar do vermelho gritante de sua carne, aquela sim era ela. Sem máscaras, sem medos e sem mentiras.

A pele viva latejada como quem pede por socorro. A alma outrora seca estava encharcada mais uma vez, de sonhos, sutilezas e quereres. Foi então que ela despiu de sua pele e a vestiu pelo avesso - com a intenção de esconder todas aquelas cicatrizes e de sentir o mundo com a força dos desejos – porque tudo o que a tocar, tocará direto na carne. Viva.

Vestiu a roupa mais comum, colocou seus óculos escuros, amarrou seus cabelos da forma mais simples e resolveu sair para comprar flores e tomar um café forte. Por vezes a encontro com um drink na mão, roubando todos os olhares da noite. Por vezes a encontro sorrindo, carregando flores de plástico. E por vezes a encontro, abraçada com o velho arame farpado, entendendo que seu destino nessa vida Severina é um constante momento de morte e ressurreição. A ela, dou o nome de mulher.

então tá.


"[...]
- Então, doutor, não é possível [...]?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino."






que assim seja então.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

riso flor a

é, a primavera chegou trazendo novas cores para mim.
espero que traga paz, discernimento, capoeira desfazendo solidão, librianices - além das longas noites de diversão, em qualquer lugar desse mundo, com algum riso sincero.
é tudo o que me interessa.




e o amor?
traz pra mesa também, vamos bebê-lo com limão e sal, até ficar de pileque!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

a saviour and a saint?



quando o mundo dá voltas o suficiente, quando se tem uma das melhores chances de se fazer bem pior, quando em um simples escorrego do cotidiano se tem a chance de rir por último. . .

eu acolho.
eu escuto.
eu reflito junto.
eu aponto os erros.
eu curo as feridas.
eu ofereço água.
eu penso respostas.
eu me disponho.
eu mostro que todo o mal, me fez bem.


mas desde já garanto que um dia não haverá mais esse silêncio perturbador, enquanto você vai embora com todas as minhas respostas e mais uma vez, eu continuo sem resposta alguma.



I don't know what you're looking for
You haven't found it baby, thats for sure
You rip me down, you spread me all around
In the dust of the deed of time

And this is no case of lust you see
It's not a matter of you versus me
Its fine the way you want me on your own

But in the end its always me alone
I'm losing my favourite game
You're losing your mind again
I'm losing my baby, losing my favourite game
I only know what I've been working for
Another you so I could love you more
I really thought that I could take you there
But my experiment is not getting us anywhere

I had a vision I could turn you right
A stupid mission in a lethal fight
I should have seen it when my hope was new
My heart is black and my body is blue

And I'm losing my favourite game
You're losing your mind again
I'm losing my favourite game
You're losing your mind again

I'm losing my baby, losing my favourite game
I'm losing my favourite game (losing my favourite)
You're losing your mind again (I try)
I try but you're still the same (I try)
I'm losing my baby
You're losing a saviour and a saint
-
dedicado à J. e ao seu sorriso, cortante como a realidade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

desatinos de sexta-feira....




ah, achei meigo.
pode ser a Globo e tal mas acho interessante esse jogo louco de personagens extremos. o resultado final , sem dúvida, ficou digno de admiração.